sábado, 19 de maio de 2012

COMO JÁ DISSERAM ANTES, SALVEM PONTA NEGRA


Imagem imperfeita
 
Areia Preta, assim como Ponta Negra hoje, sofreu os efeitos do avanço do mar. Mas soluções ficaram pela metade

Arrasada pela força do mar, a praia de Ponta Negra pode se tornar uma nova Areia Preta, que teve três pontilhões de pedra construídos mar-adentro, mas que ainda hoje sofre com problemas frequentes quando a maré sobe: ondas se chocando no calçadão, desabamentos e areia invadindo o asfalto. O principal motivo é a ocupação irregular da faixa de areia. Em Ponta Negra, os efeitos das ressacas maltratam o calçadão da praia mais famosa da capital, afastando turistas e comerciantes - desde a última quinzena o problema se agrava.

Instalação de pontilhões é uma das alternativas estudadas para Ponta Negra. Em Areia Preta, custaram R$ 7 milhões. Fotos: Fábio Cortez/DN/D.A Press
A Secretaria Municipal de Serviços Urbanos (Semsur) iniciou a recuperação de alguns trechos, e informou que vai encomendar estudos para avaliar uma mudança definitiva. O anúncio veio depois que a promotora Gilka da Mata, do Ministério Público Estadual, coordenou vistoria com várias secretarias municipais com intuito de observar os problemas da praia, e verificou que o mais crítico é a destruição do calçadão em vários pontos da orla.

Três alternativas foram cogitadas como as mais viáveis para acabar com a destruição do calçadão: a engorda da praia, que consiste em buscar areia no fundo do mar e colocar na faixa de areia com auxílio de uma draga; construir pontilhões de pedra horizontalizados ou fazer um quebra-mar, medida mais polêmica porque acabaria com as ondas da praia. A segunda hipótese foi aventada como a mais viável pela prefeita Micarla de Sousa (PV), na última terça-feira, embora ela tenha admitido que não há recursos próprios para isso e que a prefeitura só faria reparos pontuais até que a bancada federal do Rio Grande do Norte aprovasse, em Brasília, dois projetos em prol da recuperação em toda a orla da capital, incluídos no Programa de Desenvolvimento do Turismo (Prodetur).



Alternativas
 
O geólogo Eugênio Cunha avaliou as alternativas apontadas como solução para Ponta Negra. Segundo relatou ao DN, "a engorda da praia é óbvia. Paulatinamente Ponta Negra perde areia e o material que chega não é suficiente para repor a faixa de praia. A engorda dará estabilidade à região", disse ele. A segunda medida é para garantir que o aterramento não seja feito em vão. Dai começa o problema porque ou se faz um quebra-mar (parede de pedras), como a natural que existe na Praia do Meio - o que inviabiliza ondas -, ou os pontilhões de pedra.

A enseada de Ponta Negra, que também inclui a Via Costeira, é muito grande. Tem quase oito quilômetros, entre o Morro do Careca e Mãe Luiza. É o horizonte que pode ser atingido por alguma medida tomada de forma imediata. É diferente do que no caso de Areia Preta, que tem uma faixa menor de praia, entre Mãe Luíza e a Ponta do Morcego. "Seja para o que for feito, é preciso um amplo estudo. Bem feitas, obras assim não causam nenhum impacto. Sabemos que os problemas em Areia Preta, Ponta Negra e até mesmo na Redinha Nova ocorrem por causa da ocupação irregular da região. As pessoas não poderiam ter construído nada naquela faixa mais próxima da praia".



Fonte:   DiariodeNatal
Sérgio Henrique Santos
sergiohenrique.rn@dabr.com.br

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