terça-feira, 16 de setembro de 2014

GREVE NA SAUDE MUNICIPAL DE MOSSORO/RN

Cerca de 70% dos servidores municipais da Saúde aderem à paralisação

Serviços como os de atenção básica e odontológica deverão sofrer impactos com a greve

Servidores municipais da Saúde iniciaram ontem a greve da categoria, reduzindo o número de profissionais trabalhando nas áreas de clínica médica, odontológica, atenção básica, agentes de endemias, agentes comunitários de saúde, assistentes de serviços gerais, serviços complementares e auxiliares de laboratório. 70% dos trabalhadores aderiram à paralisação.

Segundo a presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Mossoró (Sindiserpum), Marleide Cunha, o movimento grevista seguirá por tempo indeterminado à espera do atendimento dos pontos de reivindicação pela Prefeitura Municipal de Mossoró (PMM). Ela disse ainda que a administração municipal só atendeu, parcialmente, a dois dos 14 pontos apresentados pela categoria desde maio deste ano, e não a 60%, como tem anunciado.

"Protocolamos ofício dizendo que estamos abertos à negociação, mas, até agora os únicos pontos que a Prefeitura atendeu, parcialmente, foi a mudança na data-base e o aumento à categoria, abaixo da inflação. Pedimos 9,95% e nos concederam 6%, continuamos com perdas salariais", disse a presidente.
  
A secretária municipal de Saúde, Leodise Cruz, afirmou que tem se reunido com a categoria há meses e que todas as reuniões foram registradas em ata. Ela diz que é preciso entender que o problema da saúde vem se arrastando há anos e que medidas como aumento salarial, contratações e mudanças na contratação de servidores dependem de análise orçamental, o que leva tempo. Segundo ela, há ainda outras questões que impedem a Prefeitura de atender totalmente ao movimento grevista.

"Cabe aos servidores usarem do bom senso e analisarem que a administração municipal não tem como atender a todas as pautas de reivindicação devido à legislação eleitoral, que não permite concessão de aumentos salariais ou contratações neste período de eleições", afirmou a secretária.

Leodise Cruz disse também que, atualmente, o município está próximo ao limite prudencial do Orçamento destinado ao pagamento de funcionários, fixado em 54%. Ela afirma que 53,54% do Orçamento municipal é destinado ao pagamento da folha, impossibilitando a concessão de aumento este ano.

Servidores planejam ações a fim de chamar a atenção da sociedade

Em assembleia realizada no Sindiserpum ontem, os servidores municipais da Saúde formaram os chamados comandos de greve, responsáveis por planejar as próximas ações do movimento grevista. Segundo Marleide Cunha, os comandos realizaram visitas ontem nas unidades de saúde para conversar com trabalhadores, o que deverá se repetir durante todo o dia de hoje. Já amanhã, a fim de chamar a atenção da sociedade, os grevistas realizarão passeata pelas ruas do centro da cidade, passando em frente à sede da Prefeitura e com destino à praça Rodolfo Fernandes, conhecida como Praça do Pax.

"Nós relutamos muito a entrar em greve, pois compreendemos os impactos à população, mas a mobilização é necessária para que a sociedade veja o descaso que a saúde municipal sofre devido à falta de aparelhamento e valorização dos servidores", afirmou a presidente do Sindiserpum.

Com apenas 30% do efetivo trabalhando, somente os atendimentos de urgência e emergência não deverão sofrer grandes impactos, pois são garantidos por Lei.


Por Redação 

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