sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

PREPAREM AS LAMPARINAS

Aneel propõe ‘bandeiraço’ de 83%

Brasília (AE) - Para evitar que os reajustes tarifários nas contas de luz fiquem próximos a 60% em 2015, o governo decidiu passar parte dos custos da energia para o sistema de bandeiras tarifárias, cobradas dos consumidores desde janeiro deste ano em meses de forte estiagem. Mas, como a seca no País é duradoura, essa medida deve aumentar em quase R$ 9 o valor final das faturas médias das residências brasileiras já em março. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) vai propor hoje que o valor da bandeira vermelha suba dos atuais R$ 3 para R$ 5,50 a cada 100 quilowatt-hora (kWh) consumidos no mês, um aumento de mais de 83%. Para a bandeira amarela, a cobrança adicional deverá subir de R$ 1,50 para R$ 2,50 por 100 kWh.

Elza Fiuza
Eduardo Braga: remanejamento da faixa de pico 
de consumo e ampliação do horário de verão
O governo também vai rever a reprogramação de sua tabela de preços cobrados do consumidor comercial e industrial nos horários de pico. Hoje, as regras estabelecem como horário de pico de consumo de energia o período entre 18h00 e 22h00. Na realidade, porém, esse pico de consumo tem se antecipado para a tarde, entre as 14h00 e as 19h00.

“Na realidade, estamos pagando no horário errado”, disse ontem o ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga. Nas contas do ministro, a mudança do horário pode gerar uma carga extra de 8 mil megawatts (MW).

Nos horários de pico, indústria e comércio pagam mais caro pela energia consumida. Por isso, vinham utilizando geradores e outros meios de autoprodução de energia para reduzir seus gastos com conta de luz. É justamente esse movimento que o governo pretende captar para o início da tarde, quando o consumo efetivo do País tem batido recordes. A mudança depende de uma regulamentação da Aneel.

Em entrevista ontem, o diretor da Aneel e relator da mudança, Tiago de Barros Correia, avaliou que o novo sistema das bandeiras tarifárias vai permitir um “sinal de preço” mais aderente à realidade das condições de oferta de energia no País. Ele explicou que nesse momento as distribuidoras necessitam de um reforço de caixa para cobrir o custo adicional de geração por conta do acionamento das térmicas. “Quando enfrentamos períodos de seca, a geração hidrelétrica é substituída pela termelétrica, que é uma fonte mais cara”, ressaltou. 

Com a mudança, uma conta de R$ 65,20, que hoje sobe para R$ 70,09 na bandeira vermelha, chegará a R$ 74,15 com o novo aumento, quase R$ 9 a mais. Na bandeira amarela, essa mesma conta de R$ 65,20 subiria hoje para R$ 67,65 considerando o preço atual, mas chegará a R$ 69,27 com a alteração. 

Esses valores consideram que o consumo médio do brasileiro é de 163 kWh por residência, segundo a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), e que a tarifa média do consumidor residencial, de acordo com a Aneel, é de R$ 400 por megawatt-hora (Mwh).

Além disso, o aumento do valor das bandeiras tarifárias vai impactar na mesma proporção as receitas mensais das empresas de distribuição. Em um mês de bandeira vermelha, o valor adicional pago pela população, que atualmente é de R$ 800 milhões, saltará para R$ 1,46 bilhão. 

De acordo com informações divulgadas ontem pelo Jornal Nacional, o Ministério das Minas e Energia estuda a possibilidade de ampliar, por mais 30 dias, o horário de verão, cujo prazo termina no dia 22 de fevereiro. "Faremos uma avaliação para que nós possamos ter uma previsibilidade com relação ao ritmo hidrológico do final do mês de fevereiro e do começo do mês de março. E aí sim tomaremos uma decisão com relação ao horário de verão", disse Eduardo Braga.

Consumo da classe residencial cresce 7,1% no RN

O consumo de energia elétrica no Rio Grande do Norte cresceu 4,8% no ano passado em relação a 2013. A classe residencial foi a que apresentou o maior percentual de crescimento, com um aumento de 7,1%, motivado pela elevação na renda da população, que favoreceu a compra e o maior uso de aparelhos de refrigeração nas residências, devido às altas temperaturas, segundo informa a Companhia Energética do RN.

Em segundo lugar no ranking do crescimento vem a classe comercial com aumento de 6,9%, em razão da instalação de equipamentos de refrigeração nos estabelecimentos, também motivada pelas altas temperaturas.

As menores variações no crescimento do consumo ocorreram na classe industrial, com 2,7%, em função da desaceleração da indústria potiguar, e nas classes serviço público/poder público e rural, com crescimento de apenas 2,0% e 0,9%, respectivamente, decorrente da pouca oferta de água nos reservatórios do estado para a irrigação e abastecimento para consumo humano.


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