sexta-feira, 13 de novembro de 2015

QUASE 500 DEMISSÕES POR MÊS, SÓ NA CONSTRUÇÃO CIVIL DO RN

Construção civil do RN tem quase 500 demissões por mês

O setor da construção civil fechou, por mês, cerca de 500 postos de trabalho com carteira assinada no Rio Grande do Norte, de janeiro a setembro deste ano, segundo dados do Caged, do Ministério do Trabalho e Emprego. Neste período, o número de admissões somou 22.505 enquanto os desligamentos chegaram a 26.925 empregos, um saldo negativo de -4.420 vagas em nove meses. O número poder ser ainda maior quando incluídos os empregos informais. Pela pesquisa PNAD Contínua, do IBGE - que diferente do Caged contabiliza as vagas formais e também as informais -, o estoque de empregos nos canteiros de obras passou de 102 mil, no primeiro trimestre deste ano, para 84 mil, no segundo.

Júnior Santos
De janeiro a setembro, o setor potiguar registrou 
22.505 admissões e 26.925 desligamentos
A conjuntura de retração econômica somada a inexistência de lançamentos imobiliários e de grandes obras estruturantes - à exemplo do que foi visto até o início de 2014 - são apontadas como as principais causas para as sucessivas perdas. A crise da construção civil repercute em outros segmentos da indústria potiguar, alerta o economista e superintendente regional do IBGE no RN, Aldemir Freire, que atuam de forma integrada: como a ceramista (tijolos e telhas), de cimento e agregados (concreto).

O superintendente regional do IBGE explica que o saldo, segundo a PNAD Contínua, pode chegar a menos 60 mil empregos até junho deste ano quando comparado ao momento de pico registrado no primeiro trimestre de 2014. O estoque de empregos entre janeiro e março de 2014 era de 143 mil – entre formais e informais. Já no terceiro trimestre deste ano, o número caiu para 84 mil, segundo a pesquisa do IBGE. “Não há como ter recuperação sem as obras de infraestrutura e concessões”, observa. 

No primeiro trimestre de 2014, o crescimento foi puxado por obras da Copa do Mundo, de mobilidade, Arena das Dunas, do Aeroporto de São Gonçalo do Amarante, além do Minha Casa, Minha Vida e obras de drenagem. Apenas as obras do Minha Casa, Minha Vida devem continuar apesar das restrições”, observa Freire.

Projeções

Até o final do ano são esperadas novas perdas. De acordo com o presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil (Sinduscon-RN), Arnaldo Gaspar Júnior, não há expectativa de recuperação da taxa de emprego no setor. “A construção civil no Estado perde, todo mês, o equivalente a duas Ambevs sem que ações para melhorar o desempenho do setor sejam tomadas é preciso flexibilizar a burocracia”, disse Arnaldo Gaspar, mencionando a indústria de bebidas que anunciou recentemente que vai fechar a unidade no Rio Grande do Norte e demitir cerca de 300 empregados.

O empresário lembra que o pedido de prorrogação até 2016 da validade de alvarás de construção emitidos pela Semurb, com vencimento este ano, devido a crise econômica, ainda não foi autorizada pelo Executivo Municipal. O pedido foi feito há quatro meses, devido a crise econômica, explica Gaspar, como forma de evitar fuga de investimentos. “Até agora não tivemos uma resposta. O empresariado está receoso e, vencendo a licença, não enfrentará novamente a burocracia”, afirma. O construtor afirma que o índice de velocidade de vendas este ano mostra que a média de lançamento de novos empreendimentos nos últimos oito meses foi nulo. Em vendas, foram 250 imóveis ao mês, no último trimestre.

Cenário pressiona e venda de materiais de construção cai

O comércio também sente os reflexos da queda da construção civil. A redução nas vendas em atacado, voltadas para atender as construtoras e engenharia, tiveram redução de mais de 10% de janeiro até outubro deste ano, segundo estimativa da gerente comercial da Agaé, Isabel Melo, na comparação com o mesmo período do ano passado. “Tivemos uma queda considerável neste segmento e não há perspectivas de crescimento para o final do ano nesse tipo de venda”, disse.

Até as vendas da tradicional reforma da casa, neste período de final de ano, deverão ser prejudicadas. De acordo com a gerente comercial da Agaé, Isabel Melo, as vendas em varejo de luminárias e tintas principais artigos buscados pelos público C, D e E que, em geral, começavam a partir do final de outubro ainda não deslancharam. 

A expectativa é que o pagamento do 13º salário para o público C, D e E que renovam a pintura e iluminação das casas neste período. “Apenas os produtos voltados para o público de alto padrão, como louças, revestimentos, pisos e metais permanece aquecido”, conta a gerente. A reportagem também procurou outras empresas do segmento, mas elas não atenderam nem retornaram as ligações.

“O comércio varejista acaba também sendo impactado, no Brasil o setor de materiais de construção registra queda nas vendas. Dificilmente, este ano, pintar a casa será uma prioridade das famílias”, disse o economista Aldemir Freire.

MERCADO EM BAIXA

Veja números do emprego na construção do RN:

Setembro/2015
Admissões: 2.099
Desligamentos: 1.965
Saldo: 134
Variação (%): 0,32

Jan-Set/2015
Admissões: 22.505
Desligamentos: 26.925
Saldo: -4.420

Fonte: Caged-MTE


Por
Sara Vasconcelos
Repórter

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